O papel das emissões indiretas nas metas de descarbonização

A jornada de descarbonização passa por diversos desafios complexos, sendo um dos principais a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) fora das operações diretas das empresas, ou seja, as emissões indiretas de escopo 3. Segundo levantamento do CDP Latin America, apenas 9% das grandes empresas brasileiras monitoram emissões da sua cadeia de suprimentos e somente 7% incluem metas relacionadas ao clima em contratos com fornecedores.  Afinal, por que temos pouca aderência das organizações neste compromisso e como elas podem evoluir nesse aspecto?

Principias desafios que envolvem emissões indiretas

As principais dificuldades que o mercado brasileiro enfrenta para calcular as emissões indiretas de escopo 3 estão no volume de dados a serem gerenciados e calculados, bem como no acesso às informações e engajamento dos fornecedores. “Trata-se de um ciclo virtuoso e as grandes empresas têm um papel didático. Elas precisam fazer o cálculo e fazer a roda girar, abraçando pequenos fornecedores. Quando o fornecedor aderir ao cálculo de emissões, a estratégia de descarbonização será muito mais clara”, explica Higor Turcheto, Gerente de Mitigação da WayCarbon. 

As emissões indiretas representam a maior parte das emissões para empresas de diversos segmentos, como é o caso do setor financeiro, agro e mineração. De acordo com o relatório do CDPThe Time to Green Finance, as emissões de GEE associadas aos serviços oferecidos por bancos globais são, em média, 700 vezes maiores que suas emissões diretas, por exemplo.

Essa percepção tem gerado buscas por maior compreensão desse escopo, que é específico para cada setor e deve considerar o cenário e as particularidades de cada organização. “Stakeholders têm cobrado mais incisivamente uma estratégia clara de descarbonização das empresas e o entendimento da cadeia de valor completa é essencial para ter metas relevantes”, diz Turcheto.  

Emissões indiretas e metas SBTi 

A pressão de investidores e outros agentes têm gerado resultados, principalmente entre as empresas mais maduras na agenda climática. Segundo o “SBTi Monitoring Report”, 96% das empresas com metas baseadas na ciência cobriram o escopo 3 em 2022.  

Na prática, uma meta SBTi (Science Based Targets initiative) define a “contração de emissões” necessária para que as emissões globais fiquem dentro do orçamento climático para um determinado cenário de aquecimento global. O advento desse tipo de meta simboliza uma mudança de paradigma, porque fornece uma visão sistêmica para que metas de redução, independente do setor ou da geografia, sejam convergentes com os compromissos do Acordo de Paris.  

Como evoluir no escopo 3? 

Para contribuir com a evolução do diagnóstico, cálculo, estratégia de metas e engajamento de fornecedores, a WayCarbon criou uma ferramenta para cálculo desse perfil de emissões. A companhia mantém uma base atualizada de fatores, alinhada com as categorias mais complexas de contabilização, como bens/serviços adquiridos e logística, que permite fazer a primeira mensuração da cadeia de valor das empresas com maior grau de precisão. 

Com essa ferramenta, alinhada à grande experiência da consultoria, as empresas são capazes de desenvolver uma jornada de descarbonização ambiciosa e factível. Entre em contato com nossos especialistas. 

Maria Luiza Gonçalves
Jornalista e Analista de Comunicação at WayCarbon | + posts
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