Parque Tecnológico de Belo Horizonte inaugura usina fotovoltaica

Usina Fotovoltaica

Fonte: BH-tec

A sustentabilidade é um tema cada vez mais debatido atualmente. A Terra já começa a apresentar alguns reflexos do consumo desenfreado dos recursos naturais e dos poluentes despejados na atmosfera. Nesse sentido, torna-se extremamente importante adotar atividades sustentáveis em qualquer esfera. O Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC) inaugurou na segunda-feira, 03, a Usina Fotovoltaica instalada no telhado do seu Edifício Institucional. A energia, gerada a partir da luz solar, abastecerá, no mínimo, 30% do consumo energético do prédio. A obra foi viabilizada com recursos da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), captados em 2013.

A iniciativa é uma das mais relevantes na cidade e ajuda a firmar Belo Horizonte como destaque no cenário da sustentabilidade. Dentre as principais vantagens estão a redução da emissão de gás carbônico (CO2) na atmosfera, quando se usa geração térmica, e, obviamente, a redução de gastos com energia.

Usina Fotovoltaica: potencial sustentável

De acordo com parecer da WWF, que premiou a cidade como Capital Brasileira da Hora do Planeta em 2014, Belo Horizonte já é expoente em aquecimento solar – um processo um pouco diferente. Enquanto um sistema de aquecimento usa o calor da luz solar para esquentar água e, assim, gerar economia de energia, uma usina fotovoltaica transforma a energia da luz solar em energia elétrica. Na época, o Mineirão já contava com uma estrutura do tipo, o que colaborou para que a cidade vencesse grandes metrópoles como Rio de Janeiro e São Paulo.

No caso do BH-TEC, a energia solar gerada será ligada diretamente ao sistema da CEMIG, eliminando a necessidade de ser armazenada em baterias. Nesse esquema, a potência elétrica não utilizada é enviada à rede da CEMIG, e se transforma em desconto no total de energia gasto no mês, reduzindo o valor da conta de luz.

A Alsol Energias Renováveis é a responsável pela obra e terá, a partir de maio, um escritório de desenvolvimento e engenharia no BH-TEC. De acordo com a empresa, a usina fotovoltaica tem potencial de geração de 146.723 kWh de energia elétrica ao ano, o que se converteria em uma economia de R$ 70.427,04 ao ano, considerando as taxas atuais do serviço de energia elétrica.

A economia financeira é apenas uma das vantagens apontadas pelo Diretor-Presidente do Parque, Ronaldo Tadêu Pena. “De certa maneira, estaremos nos colocando como um showroom de energia solar transformada em eletricidade. Serviremos como exemplo para a cidade, já que este é um sistema que outros prédios poderiam adotar”, afirma.

Emissão de carbono reduzida

Ecologicamente, uma das principais vantagens da energia solar é a redução da emissão de gás carbônico na atmosfera. Um cálculo feito pelo Sócio-Diretor da WayCarbon, Breno Rates, relaciona de forma simples a economia financeira e a redução da poluição atmosférica. “Considerando a tarifa média de fornecimento de energia elétrica no Brasil em 2016¹ e o fator de emissão de CO2 do Sistema Interligado Nacional do mesmo ano², para cada real economizado, evita-se a emissão de aproximadamente 1 kg de CO2 para a atmosfera”.

Os baixos níveis de emissão de gás carbônico, se comparados à energia fornecida pelas concessionárias de energia elétrica, se devem principalmente a dois fatores, como esclarece a mestre em energia renovável e gerente regional da WayCarbon, Isabela Aroeira: “Uma usina solar fotovoltaica particular traz a possibilidade de geração de energia próxima ao centro de consumo, aumentado a eficiência ao diminuir as perdas energéticas na transmissão”.

O impacto mais significativo, porém, ocorre quando se torna necessário recorrer à energia termoelétrica, em épocas de seca. Isabela aponta que a prática é comum nesses períodos, como forma de compensar a produção uma vez que os baixos níveis de água nos reservatórios reduzem muito a capacidade de produção das hidrelétricas. Por funcionarem a partir da queima de carvão, as termelétricas são consideradas poluentes.

Segurança energética

O último Balanço Energético Nacional, referente ao ano de 2015, mostra que cerca de 64% da energia gerada no Brasil vem das hidrelétricas, o que nos torna muito dependente de um único sistema. Isabela explica que iniciativas como a do BH-TEC contribuem não só para a redução do impacto ambiental, mas para o aumento da segurança energética. “Diversificar as fontes de energia colabora para que situações como o racionamento de energia e o apagão se tornem menos comuns”, afirma.

Iniciativa replicável

A regulamentação brasileira (lei 482/2012) permite que qualquer pessoa possua uma usina de micro ou mini geração de energia, para uso próprio. Nessa categoria, a usina fotovoltaica solar tem sido protagonista. “A modularidade da energia solar – ou seja, a facilidade de adaptar o projeto ao tamanho da demanda – é um dos principais motivos da escolha, assim como os altos índices de radiação solar em praticamente toda a extensão do país”, explica Isabela.

Nota 1tarifa média com tributos, para a classe de consumo “Comercial, Serviços e Outros” (ANEEL) 
Nota 2: fator de emissão da margem de operação, calculada segundo o método da análise de dados de despacho (MCTI)

 
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