Medidas de adaptação: no centro do clima e dos negócios

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As mudanças climáticas vêm ganhando relevância como um fator crítico para a continuidade e competitividade dos negócios. Para empresas grandes, com cadeias de valor complexas e geograficamente esparsas, o risco climático pode afetar o negócio direta e indiretamente, por meio de impactos físicos em unidades produtivas ou por rupturas de cadeias logísticas, por exemplo.

Leia também: Como promover inovação com foco na sustentabilidade.

Para empresas pequenas, o risco climático pode ser ainda mais relevante, uma vez que a cesta de opções estratégicas e medidas de adaptação pode ser muito restrita ou de custo muito elevado.

Porém, independentemente do porte das organizações, este post tem como objetivo elencar os fatores relacionados ao risco climático e apresentar as oportunidades que surgem a partir das medidas adaptativas às mudanças do clima. Continue acompanhando e entenda como a adaptação já está no centro dos negócios. mudanças climáticas

Você sabe o que é adaptação e resiliência climática?

A adaptação corporativa às mudanças climáticas cobre um conjunto de ações que as empresas podem desenvolver para determinar sua exposição a riscos, identificar oportunidades e construir resiliência climática (Frey, B. 2015).

Segundo o IPCC, a adaptação às mudanças climáticas trata “dos processos de ajuste ao clima atual e futuro, que permitam reduzir ou evitar danos ou explorar oportunidades”. Por sua vez, a resiliência climática é definida como “a capacidade de um sistema social, econômico ou ambiental, em lidar com eventos perigosos ou tendências ou distúrbios, respondendo ou se reorganizando de maneiras que permitam a manutenção de suas funções essenciais”.

Lavell et al. (2012) exemplifica a avaliação do risco climático decompondo-a em três elementos:

Clima e eventos climáticos

Este elemento engloba tanto aspectos de variabilidade natural quanto das alterações climáticas antropogênicas.

É importante destacar que a ocorrência de eventos climáticos extremos não é suficiente para que o risco climático exista. Para tanto, é necessário que a ocorrência do evento climático esteja associada a determinadas condições físicas, geográficas e sociais. No caso das mudanças climáticas, é importante também levar em conta aspectos tendenciais e de longo prazo não relacionados aos eventos extremos. Esse é o caso da redução da disponibilidade hídrica e dos processos de desertificação.

Exposição

O segundo elemento é a exposição às mudanças climáticas (Lavell et al. 2012). A exposição trata da presença de pessoas, ativos ou infraestruturas que podem ser negativamente afetados pela mudança climática e que, portanto, estão sujeitas a impactos, perdas e danos.

Vulnerabilidade

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O último elemento é a vulnerabilidade (Lavell et al. 2012). A vulnerabilidade é definida como a propensão ou predisposição de pessoas, ativos ou infraestruturas serem negativamente afetados pelas mudanças climáticas. Tais predisposições constituem características intrínsecas ao elemento afetado. Portanto, o risco se materializa pela combinação desses elementos.

Buscando melhor exemplificar a questão, teríamos o caso no qual a redução das chuvas (evento climático), ocorrida na bacia onde a empresa está localizada (exposição) e associada à incapacidade da empresa em reduzir seu consumo de água ou buscar uma fonte alternativa de abastecimento (vulnerabilidade) constituem os elementos do risco climático.

Ficar de olho na adaptação? Quais os benefícios?

Há grandes benefícios corporativos da adaptação às mudanças climáticas. Vamos saber mais sobre eles?

Benefícios Corporativos da Adaptação às Mudanças Climáticas (Fonte: adaptado de Frey, B. 2015)

O primeiro deles é a oportunidade para direcionar investimentos que, concomitantemente, melhorem a operação, aumentam a competitividade e a resiliência climática. Segundo Frey, B. (2015), projetos de adaptação podem melhorar a operação e aumentar a competitividade de duas formas: eles podem aumentar a eficiência (e consequentemente reduzir custos) e podem apoiar a gestão de risco reduzindo a exposição do negócio a potenciais paradas ou limitações operacionais devido a eventos climáticos.

Um segundo benefício trata da proteção da cadeia de valor. As empresas são dependentes de seus fornecedores, portanto, o aumento da resiliência da cadeia de valor significa em aumento da resiliência do próprio negócio. Por sua vez, entender, planejar e responder aos impactos climáticos requer esforços de inovação e aproximação com a cadeia.

Quer mais? O seu negócio pode ser expandido.

Este processo pode criar ou ampliar oportunidades de negócio que se relacionam com as intervenções de adaptação. Por exemplo, as empresas podem atuar como agentes de mudança, fomentando o desenvolvimento tecnológico e oferecendo novos produtos e serviços ao mercado.

Por fim, e certamente a mais óbvia das oportunidades, é a garantia da perenidade dos negócios. Na medida que as alterações climáticas têm implicações mais tangíveis e mais frequentes, o risco climático passa a ser um elemento estratégico central no planejamento e gestão das empresas.

Gostou do conteúdo? O que mais você gostaria de saber a respeito do risco climático e as medidas de adaptação? Divida conosco nos comentários! Aproveite e veja também o nosso post “As Noções Básicas da Gestão Ambiental“.

 

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Henrique é graduado em Relações Internacionais, Pós Graduado em Tecnologias Ambientais e Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente. Co-fundador e CEO da WayCarbon, é um eterno otimista e acredita que as pessoas possuem todo o potencial de transformação e mudança que o mundo precisa. Vive o desafio de empreender e de compartilhar os valores da sustentabilidade. Mora na cidade, mas gosta mesmo é da roça: de comida no fogão a lenha, das cavalgadas pelo Rio Indaiá e dos casos que parecem mentira.

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