SBTi aprova metas de redução de emissões da CBA

Após a validação da meta da Renner pela Science Based Targets (SBTi), em abril, mais uma empresa nacional atingiu esse marco. A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) anunciou que teve suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE) aprovadas pela iniciativa. Atuando desde 1955 no mercado, a CBA produz alumínio de alta qualidade e desenvolve soluções e serviços para os mercados de embalagens e de transportes. 

Para o estabelecimento da meta, a CBA contou com a consultoria da WayCarbon. No trabalho, foram realizados: a análise dos inventários de emissões diretas (escopos 1 e 2), o screening e cálculo do escopo 3, análise de oportunidades de descarbonização, avaliação de cenários e o apoio na elaboração do documento de submissão. 

Julia Rymer, Gerente de Mitigação da WayCarbon, destaca a importância de uma empresa ter sua meta aprovada pela iniciativa. “A CBA demonstra que a sua ambição é suficientemente robusta para contribuir nos esforços globais em limitar o aumento da temperatura a 1,5°C, em linha com o Acordo de Paris. A liderança climática começa agora para alcançarmos emissões líquidas zero antes de 2050 e mantermos um planeta habitável para a humanidade”, diz. 

Vitor Magno, Analista de Sustentabilidade na área de Mitigação, reforça que a empresa já é madura no tema das mudanças climáticas, por isso, está dando o próximo passo na construção de sua estratégia de sustentabilidade. “Compreender a importância de tomar posicionamentos significativos e ambiciosos, mesmo que desafiadores, é que o faz com que a empresa se destaque frente às demais do setor de alumínio primário, sendo a primeira a assumir este importante compromisso”, explica. 

Quais foram as metas aprovadas? 

A CBA teve três metas aprovadas pela SBTi, englobando compromissos focados na redução de emissões até 2030. A primeira delas estima diminuir em 40% os indicadores de carbono, abrangendo as etapas de produção de alumina e salas fornos. 

A segunda busca a redução absoluta de 35% das emissões, envolvendo mineração, fundição e produtos transformados. Ambas são referentes aos Escopos 1 e 2 e tem como ano-base 2018. Para atingir esses objetivos, a empresa prevê a implementação de uma caldeira à biomassa em sua refinaria de alumina, a modernização da tecnologia das salas fornos e o aumento de reciclagem.  

Como terceira meta, o compromisso envolve a redução de 13,5% das emissões indiretas (escopo 3) relacionadas à aquisição de bens e serviços, energia, transporte e distribuição de produtos comprados e vendidos. Essa tem como ano base 2019. Para sua condução, um dos destaques é o programa de Suprimentos Sustentável, uma vez que será necessário influenciar toda a cadeia de valor do alumínio a atuar de maneira responsável. 

O que significa adotar metas SBTi? 

De acordo com o portal do Pacto Global, a iniciativa Science Based Targets (SBTi) atua para que as empresas adotem metas de redução de GEE baseadas na ciência. Isso significa que os compromissos precisam estar de acordo com a mais atual ciência climática global, para que os objetivos do Acordo de Paris sejam alcançados, ou seja, limitar o aquecimento global abaixo dos 2°C com base nos níveis pré-industriais, juntando esforços que o aumento não passe de 1.5°C.  

A iniciativa foi criada por quatro organizações: Carbon Disclosure Program (CDP), Pacto Global das Nações Unidas, World Resources Institute (WRI) e World Wide Fund for Nature (WWF). Trata-se de uma ação coletiva e global para: elaborar métodos e ferramentas; engajar empresas e apoiá-las no processo de elaboração de metas; validar as metas; e comunicar dados e informações relativos à iniciativa. 

Maria Luiza Gonçalves
Jornalista e Analista de Comunicação at WayCarbon | + posts
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