A nova atuação da WayCarbon em projetos de carbono
Uma das frentes de negócio que o Banco Santander S.A visou desenvolver após a aquisição de 80% da WayCarbon foi a diretoria de Projetos de Carbono. Nos seus 17 anos de experiência, a WayCarbon sempre trabalhou com projetos de carbono, atuando como consultor técnico destas oportunidades e registrando projetos de diferentes tecnologias no MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) e também no VCS (Verified Carbon Standard).
Com o intuito de catalisar transição justa e resiliente para uma economia Net Zero, mudamos nosso modelo de negócio, criando uma diretoria específica de Projetos de Carbono. Neste novo modelo, nós continuamos utilizando toda experiência técnica adquirida nessa longa jornada, mas passamos a ter responsabilidade sobre as oportunidades desenvolvidas durante toda a vida do projeto. Hoje temos a capacidade de fazer os investimentos necessários para implementar os projetos, bem como fazer sua manutenção, selando parcerias de longo prazo com os proprietários das oportunidades.
Entre nossos focos estão os famosos projetos REDD+ (Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação florestal), que têm papel fundamental no enfrentamento do aquecimento global. A principal fonte de emissão de CO2 no Brasil é a alteração no uso da terra, sendo que a maioria consiste no desmatamento dentro do bioma Amazônia. Como o Brasil é um país com aproximadamente 280 milhões de hectares de vegetação nativa e aproximadamente 85 milhões de hectares que podem ser legalmente convertidos em algum uso, o mecanismo dos projetos de conservação florestal é de suma importância para evitar a progressão do desmatamento e consequentemente milhares de toneladas de CO2e emitidas na atmosfera.
Na WayCarbon, nossa missão é entregar créditos de carbono de alta qualidade, alta integridade e em escala para as empresas que estão comprometidas com metas de descarbonização. Na qualidade e integridade dos nossos projetos, consideramos não correr riscos fundiários com relação a áreas públicas, possíveis demarcações de terras indígenas, possíveis arrecadações do Estado e sem vícios na cadeia dominial das propriedades. Em pouco mais de um ano da implementação da diretoria, já analisamos 11,5 milhões de hectares no Brasil.
Em nossos projetos, ouvimos e nos comunicamos com a comunidade que vive na região das propriedades e também protegemos a biodiversidade local. Consideramos que a forma de comercializar os créditos de carbono para empresas que possuem compromissos de transição para uma economia Net Zero seja a forma mais eficiente de catalisarmos a mudança neste grande desafio. Ter o Santander como parceiro é algo muito relevante para acessarmos qualquer mercado no mundo por conta da sua capilaridade, sem intermediações.
Atualmente, estamos desenvolvendo dois projetos de carbono REDD+ no novo modelo de negócio. Dessa forma, estamos muito entusiasmados em entregar em 2024 os primeiros créditos de carbono de projetos próprios gerados em cima de 50 mil hectares de floresta protegida no estado do Acre.
Os projetos de conservação florestal têm o seu papel, mas não podemos parar neles. Dentro da nossa equipe de Novos Negócios, estamos criando capacidade de explorar outras oportunidades como redução de emissão no processo de fermentação entérica na pecuária, práticas ligadas a agricultura regenerativa e inserção nos projetos de reflorestamento. A receita advinda dos créditos de carbono tem capacidade de impulsionar diversas práticas disruptivas para catalisar a transição que o mundo tanto necessita e queremos nos posicionar na vanguarda destas novas ações.