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ESDecisões sobre adaptação à mudança do clima na COP29
A adaptação à mudança do clima não é o tema principal das COPs, que costumam focar esforços nos debates e ações sobre a mitigação de emissões de gases de efeito estufa, mas tem ganhado espaço nos últimos anos. Com o aumento dos eventos climáticos extremos em todo o mundo – como ondas de calor, secas e inundações – seus impactos econômicos, sociais e ambientais tem entrado no radar dos governos, sociedade civil e de grandes empresas do setor privado.
“Um desafio dentro dessa temática é definir indicadores e escalar ações, pois as medidas de adaptação precisam ser customizadas de acordo com as características de cada local”, explica Melina Amoni, Gerente de Riscos Climáticos e Adaptação da WayCarbon. Dentro da programação da COP29, que terminou no último domingo, em Baku, alguns dos principais debates esperados sobre o assunto eram: o programa de suporte para a implementação dos Planos Nacionais de Adaptação (da sigla em inglês NAPs), a Meta Global de Adaptação (da sigla em inglês GGA) e a operacionalização do fundo de Perdas e Danos.
Planos Nacionais de Adaptação
A discussão sobre o programa de suporte para a implementação de Planos Nacionais de Adaptação (da sigla em inglês NAPs) envolveu ministros de países em desenvolvimento, especialistas financeiros e doadores internacionais. Segundo a UNFCCC (United Nations Framework Convention on Climate Change), o debate teve foco em financiamento inovador, suporte técnico e ação acelerada para cumprir o prazo de apresentação dos NAPs em 2025. “As discussões para o melhor detalhamento do programa continuarão em junho do próximo ano, na Conferência sobre Mudança do Clima, que acontece anualmente em Bonn, na Alemanha, antecedendo a COP”, explica Amoni.
Meta Global de Adaptação
A Meta Global de Adaptação tem o objetivo de fortalecer as ações de adaptação nos países em desenvolvimento, a partir da construção de uma estrutura clara e metas que orientem os esforços globais. Nas discussões sobre o tema durante a COP29, Melina Amoni, que estava presente, avalia que “o resultado definiu um caminho para a COP30 no que diz respeito ao programa de trabalho de indicadores, que são extremamente importantes para que as metas sejam alcançadas”, diz.
Fundo de Perdas e Danos
Instrumento que visa prestar apoio aos países mais vulneráveis aos desastres climáticos, o Fundo de Perdas e Danos foi criado na COP27, no Egito, e obteve avanços na COP29. A presidência do evento anunciou, no dia 12 de novembro, que o Fundo está pronto para aceitar contribuições após a assinatura de documentos fundamentais. Espera-se que o Fundo comece a financiar projetos já em 2025. No mesmo dia, a Suécia prometeu 200 milhões de coroas suecas (aproximadamente 19 milhões de dólares) para o Fundo, sujeito à aprovação do governo. Esta contribuição elevou o total do financiamento prometido para mais de 720 milhões de dólares.
Participação da WayCarbon
Melina Amoni também discutiu o tema no painel “O Artigo 6 e a Meta Global de Adaptação – oportunidades e desafios da indústria brasileira e um olhar para a experiência internacional”, realizado no dia 18/11, no Pavilhão Brasil. Com o objetivo de promover o diálogo entre o setor industrial e o governo, o painel abordou o potencial do Artigo 6 como ferramenta para apoiar a descarbonização da indústria e como o setor pode contribuir para a Meta Global de Adaptação (GGA). O debate trouxe exemplos internacionais, requerimentos técnicos e desafios para implementação desses mecanismos no contexto nacional de acordo com os requerimentos do Acordo de Paris. A WayCarbon já liderou diversos Planos de Ação Climática para cidades e empresas brasileiras e, a partir dessa experiência, pôde contribuir com os aprendizados.
