WayCarbon Talks Episódio 7: entenda o Screening de Escopo 3
No processo de desenvolvimento de um inventário de emissões de gases de efeito estufa (GEE), identificar e compreender as emissões indiretas do Escopo 3 está entre as etapas mais complexas. Esse tipo de emissão é originado nas cadeias de fornecimento e de consumidores intermediários ou finais de produtos ou serviços. Portanto, para calcular o Escopo 3, a inventariante precisará ter acesso às informações de terceiros, que podem estar fragmentadas em diversas áreas internas de um mesmo fornecedor.
Os desafios da contabilização das emissões de Escopo 3 e sua importância foram abordados no novo episódio do WayCarbon Talks, videocast realizado pela plataforma de ensino WayCarbon Learning. A conversa foi mediada por Lauro Marins, Head de Soluções Digitais e Consultoria, e teve a participação de Renata Piassi, Especialista de Negócios em Sustentabilidade, e Vitor Magno, Consultor de Sustentabilidade.
“Essas emissões remetem a tudo que está envolvido de forma indireta nas atividades da empresa. Por exemplo: nós, da WayCarbon, somos o Escopo 3 de várias companhias e diversas empresas são nosso Escopo 3”, explica Piassi. “Uma imagem que usamos com nossos clientes é a do iceberg. Nesse paralelo, os escopos 1 e 2 são a ponta do iceberg e o Escopo 3 é aquela parcela gigante que está embaixo da água. Em algumas empresas, essa categoria pode superar os 90%”, completa Magno.
Divulgar essas emissões não é mandatório na maioria dos reportes, mas é uma boa prática de mercado, além de ser uma ação cada vez mais cobrada por stakeholders. No contexto brasileiro, essa informação é solicitada pelo Índice Carbono Eficiente (ICO2) da B3, e caso a empresa não reporte, precisa justificar a ausência da informação. No panorama global, o Escopo 3 pode ser obrigatório para o desenvolvimento de uma meta baseada na ciência caso represente mais de 40% do total emitido por determinado negócio.
As emissões dessa categoria ultrapassaram 1 bilhão de tCO2e reportadas no Ciclo 2024 do Programa Brasileiro GHG Protocol, evidenciando uma tendência das organizações em contabilizarem as emissões indiretas relacionadas às suas operações. Além disso, no mesmo ano, cerca de 82% das organizações reportaram alguma categoria de Escopo 3 em seus inventários.
Screening de Escopo 3
Um dos primeiros passos para empresas que buscam endereçar essa questão é realizar o Screening de Escopo 3. Trata-se de um cálculo de emissões menos preciso e aprofundado, que visa o entendimento das principais fontes de emissão desse escopo. Assim, na medida em que a organização avançar na agenda, essa análise apontará as fontes prioritárias de redução, facilitando o desenvolvimento da estratégia de descarbonização.
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