LicenTIa & MIT & Harvard: nossa experiência na Brazil Conference

Post incorporado do pulse do Leonardo Santiago.

Nos dias 6 e 7 de abril aconteceu a Brazil Conference – um evento de nível internacional com líderes e representantes da diversidade do Brasil, com a missão de encontrar soluções inovadoras para o futuro do nosso país. Realizada em Boston e Cambridge, nos Estados Unidos, o evento ocorreu na Universidade de Harvard num dia e no MIT no outro.

A Brazil Conference foi uma oportunidade única para a equipe do LicenTIa, que participou do evento e apresentou a nossa solução como uma das 5 startups finalistas da competição HackBrazil.

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Jorge Paulo Lemann, Ministro Luis Roberto Barroso, Mariana Godoy, Benedita da Silva, Luciano Huck são alguns famosos que estavam lá e nos escutaram. Também estavam presentes pessoas muito interessantes, entre empreendedores, investidores e estudantes, que tornam a Brazil Conference uma experiência diversa e interativa.

A conferência é um evento de grandes proporções, com impacto que extrapola as salas de apresentação, mas muito próximo do público presente, contando com aproximadamente 600 pessoas.

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Dia 0 – Preliminares – tour na Harvard e MIT

No dia 5/4, um dia antes do início do evento, a organização nos levou para um tour pelo Campus da Harvard e do MIT. Ambas universidades estão em Cambridge, que é a cidade que fica do outro lado do rio em relação à Boston. Dispensa introduções sobre a relevância dessas universidades para a ciência e tecnologia mundiais! A Harvard tem um estilo mais sério, soa mais acadêmica, ciência pura. O Campus é muito clássico e espalhado pelas quadras da região. Não há um muro que delimite a Universidade, que se mistura entre os dormitórios, as bibliotecas, as residências e o comércio. Impressionou o refeitório, “a la” Salão Comunal de Hogwarts, de Harry Potter (qual é real na foto abaixo?)

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Já o MIT é totalmente diferente. Nas margens do rio Charles, o MIT também se mistura com a cidade e os serviços, mas com um estilo muito mais moderno, nada clássico, com exceção dos primeiros prédios da época da fundação da Universidade (1916). O clima do MIT é mais solto, mais cool. É clara a pegada de ciência aplicada e a interdisciplinaridade por lá. Escrita na parte interna do Domo principal, a frase abaixo traduz bem a filosofia desta instituição:

Established for advancement and development of science and its application to industry arts agriculture and commerce

Curiosidade: o Domo principal é alvo de algumas “pegadinhas” de alunos do MIT. De um carro de polícia colocado no topo do Domo, até a alteração dos escritos da filosofia do MIT para “Established for advancement and development of science and its application to industry arts entertainment and hacking”.

Um ponto fora da curva é o MediaLab. Trata-se de um laboratório experimental de tecnologia de ponta! Lá reúnem-se grupos de pesquisa que desenvolvem tecnologia que pode ser aplicada no futuro, para qualquer campo. Lá inventaram o Guitar Hero, muitas funções de carros autônomos, próteses biomecânicas, modelagem urbana, etc. Até a Lego financia um laboratório por lá.

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Dia 1 – Brazil Conference at Harvard

O primeiro dia do evento ocorreu na Harvard Medical School. O dia começou com um painel sobre como criar oportunidades para as empresas brasileiras em estarem na linha de frente da criação e uso de tecnologia, alcançando competitividade e excelência de gestão. Entre os panelistas, destacamos Carlos Brito (AB InBev) e David Neeleman (Azul). Em seguida, um painel com Ciro Gomes e Alexandre Padilha, que discutiu o significado da atual conjuntura política do país para o longo prazo. Este foi um dos momentos mais esperados e polêmicos da Conferência, ainda mais com a recente prisão do ex-presidente Lula.

Um dos painéis mais inspiradores foi o “Lições experimentais para empreender no Brasil”, com Cristina Junqueira (Nubank), Gabriel Benarrós (Ingresse), Marcos de Toledo (Canary) e Rony Meisler (Reserva). As histórias pessoais e trajetórias profissionais deles são realmente tocantes. Saí incomodado com a visão de cada um, querendo fazer diferente, sair do lugar… encorajado!

Pra fechar o dia, Anitta! Disparado o painel mais esperado do evento, a celebridade deu um show de estratégia, perseverança e trabalho sério. Realmente Anitta é um ponto fora da curva quando pensamos em um artista de origem da periferia, ainda mais do Funk Carioca. Empresária de si mesma, conta como é importante se cercar de pessoas confiáveis e competentes, e ao mesmo tempo equilibrar a gestão do negócio na palma de sua mão. Ela é fiel à sua meta e não mede esforços para atingi-la. O dia da Anitta deve ter umas 8 horas a mais que o meu! Estrategista, sabe o momento certo de se movimentar para emplacar sucessos e dominar ainda mais o mercado da música. Muito respeito pela Larissa de Macedo Machado, nome real da Anitta. Aqui, vídeo na íntegra da fala na Brazil Conference 2018.

Dia 2 – Brazil Conference at MIT

O frio na barriga foi inevitável: o fechamento da Brazil Conference seria feito por nós, os 5 finalistas da HackBrazil! O destaque da manhã foi um bate papo com o Jorge Paulo Lemann e Ray Dalio. Lemann é a pessoa mais rica do Brasil e o 22º do mundo (27,7 bilhões USD). Multi-empresário, tenista, surfista, filantropo, etc. Ray Dalio, um pouco menos rico que o Lemann (17,4 bilhões USD), é uma figura divertida, que recentemente lançou um livro chamado Life & Work Principles, e foi sobre o conteúdo do livro que a sua apresentação se baseou. Ele compartilhou seus princípios não-convencionais de vida e de negócios, que qualquer pessoa ou organização pode adotar para atingir melhor seus objetivos. Realmente inspirador! Agora é ler o livro e comentar depois! Enquanto não sai o vídeo oficial da Brazil Conference, vale a pena ver o TED Talk que ele participou.

A última apresentação que participei foi o painel “O legado da Lava Jato para combater a corrupção”, com participação de Luís Roberto Barroso (Supremo Tribunal Federal) e Raquel Dodge (Ministério Público Federal). Muito interessante ver o posicionamento muito consciente do Barroso sobre todo o contexto de corrupção e instabilidade política que estamos vivendo no Brasil.

Logo em seguida, chegou a hora de ensaiar 200 vezes o Pitch de 4 minutos do Licentia. Foram muitos ajustes e melhorias no discurso, que contou com contribuições da equipe, do Aluir Dias, e dos outros participantes da HackBrazil. Pra tirar a tensão, nada como uma dancinha desengonçada!

Antes das apresentações das finalistas, aconteceu um bate papo com Luciano Huck e Hugo Barra (Facebook), sobre o papel da tecnologia na transformação que queremos para o Brasil. Em seguida, fomos apresentados pela Mariana Godoy, jornalista super bacana que tanto conhecemos.

Chegou a hora – HackBrazil

Boa noite pessoal! Sou Leonardo Santiago, e estou aqui para compartilhar uma ideia que pode TRANSFORMAR o licenciamento ambiental no Brasil!

Assim começou o Pitch, que agora posso fazer de olho fechado! Quatro minutos de Pitch + 6 minutos de perguntas e respostas com os jurados. Fiquei muito satisfeito com a minha fala, fluiu, comuniquei tudo que queria no tempo certo! As perguntas foram bem interessantes, e deu pra sentir as dúvidas sobre nosso modelo de negócio, que é um pouco mais difícil de ser assimilado por quem não conhece a dor e quão complexo é o processo de licenciamento ambiental. Talvez esse tenha sido o motivo pelo qual não levamos o prêmio – a dor que nos propomos a resolver é pouco perceptível para a maioria das pessoas, que acabaram por se identificar mais com os problemas vividos pela má qualidade do transporte público no Brasil. – A Startup Milênio Bus ganhou a competição, muito merecido!

Assim que sair o vídeo oficial, compartilho por aqui!

Desdobramentos

Durante o evento e após a apresentação, conhecemos alguns investidores e fundos de investimentos em startups brasileiras. Portas abertas, e vamos em frente!

Nos dias após o evento, aproveitamos a oportunidade de estar por lá e exploramos as conexões para desenvolvimento tecnológico do Licentia. Uma possível cooperação entre o Natural Language Processing group do Computer Science and Artificial Intelligence Laboratory (MIT) e o LicenTIa tem tudo para acontecer!

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Leo é engenheiro ambiental, 70% geógrafo e mestre em estudos ambientais, com experiência em gerenciamento de projetos ambientais. Na WayCarbon, atua como gerente de equipe e projetos; dá apoio a atividades de objetivo estratégico da empresa; e lidera o desenvolvimento do Licentia - uma spinoff da Way que aplica inteligência artificial para otimizar o processo de licenciamento ambiental. Muito versátil, é movido pelo desafio de empreender, ama a vida outdoor, prefere IPAs, é aprendiz de bateria e escalador, e pai da Julia.

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