Como Diretores de Sustentabilidade e CFOs podem estabelecer uma parceria na agenda climática?

O bom planejamento para enfrentamento da agenda climática depende, cada vez mais, de uma parceria sólida entre Diretores de Sustentabilidade e Chief Financial Officers (CFOs). Esse alinhamento garante que os aspectos técnicos da sustentabilidade sejam propriamente compreendidos pelo CFO, que irá contribuir com uma abordagem pragmática em relação às estratégias de uso e otimização dos recursos organizacionais. 

Com a divulgação das novas normas do IFRS S1 e S2 e a obrigatoriedade das companhias abertas listadas na Bolsa de Nova York publicarem seus relatórios ESG já a partir de janeiro de 2024, várias adaptações serão necessárias, mesmo para empresas que já elaboram seus relatórios de sustentabilidade há anos.

Esse tema afetará inclusive as empresas estrangeiras que tenham ADRs (American Depositary Receipts,, em português, Recibos de Depósitos Americanos) na bolsa americana. Nos outros países, será necessário aguardar as regulações locais, que provavelmente virão em 2025.

A IFRS S1 apresenta os requerimentos gerais para publicação de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade, para a qual um dos principais pontos de atenção é a materialidade, no sentido contábil do termo. Já a IFRS S2 refere-se à publicação de informações financeiras relacionadas às mudanças climáticas, para a qual o principal gargalo para a maioria das empresas provavelmente será a estimativa de impacto dos riscos físicos e de transição para a mudança do clima.

A experiência da WayCarbon em projetos de consultoria e implementação de softwares, ao longo destes 16 anos, aponta que é possível promover essa colaboração entre as áreas com as seguintes ações:  

Comunicação direta 

Manter canais de comunicação abertos e regulares entre o Diretores de Sustentabilidade e o CFOs é crucial neste processo.  Na pauta, deve-se encorajar discussões sobre tópicos relacionados a mudanças climáticas, incluindo definição de metas, projetos de mitigação, riscos, oportunidades e as implicações financeiras para a empresa. Essa comunicação precisa ser bidirecional, permitindo a troca de ideias e o intercâmbio de perspectivas, e facilitando o entendimento sobre metodologias e ferramentas de gestão, como por exemplo, a precificação do carbono e sua aplicabilidade para a tomada de decisões.  

Compreensão compartilhada

Assegurar que Diretores de Sustentabilidade e CFOs tenham um entendimento comum dos objetivos de sustentabilidade da organização, dos desafios das mudanças climáticas e das oportunidades. Isso inclui a compreensão de que as metas Net Zero são baseadas na ciência e em uma responsabilidade global compartilhada, para a qual a empresa deve contribuir da forma mais eficaz, sob o aspecto também da gestão dos recursos financeiros.   

Além disso, uma prática recomendada no âmbito dessa visão integrada é mapear as implicações financeiras dos riscos relacionados ao clima – por exemplo, pela exposição dos ativos a riscos físicos – e a identificar oportunidades: como taxações em determinadas regiões do mundo que beneficiam produtos fabricados em outras localidades em que a matriz energética é mais limpa. O entendimento de papéis e responsabilidades compartilhados assegura que as iniciativas de sustentabilidade estejam integradas na estratégia empresarial, abrangendo não só a área operacional, mas também toda a cadeia de valor, ou seja, dos fornecedores até os consumidores finais. 

Alinhamento de dados e métricas

Colaborar no desenvolvimento de métodos consistentes de coleta de dados e de métricas que captem tanto a sustentabilidade como o desempenho financeiro. Isso permite a medição e a comunicação do progresso em direção aos objetivos de sustentabilidade, bem como a avaliação do impacto financeiro das iniciativas de sustentabilidade. O Climas, plataforma de gestão ESG e GHG da WayCarbon, facilita o processo de colaboração através da disponibilização de informações em  painéis de controle, da organização fluxos de trabalho colaborativos e das funcionalidades específicas para  gestão de tarefas a serem desenvolvidas para uma evolução contínua. Por sua vez, o MOVE, plataforma de risco climático da WayCarbon, permite a estimativa do impacto de risco climático, tema essencial para o reporte ao IFRS. Essas ferramentas permitem que o CFO e o diretor de sustentabilidade comuniquem e compartilhem conhecimentos, e que as suas equipes colaborem de forma eficaz para o monitoramento de indicadores socioambientais.

Análise financeira

Envolver o diretor financeiro na análise financeira relacionada com as alterações climáticas e a sustentabilidade por meio do uso de ferramentas apropriadas. Dentre essas, incluem-se a avaliação das curvas de custos marginais de redução (MACC) para dar prioridade aos investimentos em projetos de mitigação de emissões de gases de efeito estufa, o uso de matriz de risco climático para avaliar os impactos financeiros dos riscos físicos e de transição e a precificação interna de carbono a ser aplicada em conjunto com as métricas financeiras tradicionais no processo de tomada de decisões de projetos de investimento de capital. Os conhecimentos técnicos dos CFOs são valiosos e garantem que as iniciativas de sustentabilidade estejam alinhadas aos objetivos financeiros. 

Relatórios e divulgação de informações:  

Os governos de todo o mundo estão implementando políticas e regulamentos para lidar com as mudanças climáticas, incluindo mecanismos de precificação de carbono, objetivos de redução de emissões e requisitos de relatórios. A conformidade com esses regulamentos pode ter implicações financeiras para as empresas. Os CFOs têm de estar cientes da evolução do panorama regulamentar e garantir que as atividades da sua empresa estão em conformidade com estes requisitos para evitar sanções e danos para a reputação.

Uma abordagem conjunta entre o Diretor de Sustentabilidade e o CFO no desenvolvimento de relatórios de sustentabilidade e divulgações que integrem informação financeira e não financeira contribui amplamente para a transparência e responsabilidade perante as diferentes partes interessadas. Nesse sentido, o Climas gera eficiência na coleta, consolidação e segurança dos dados ESG e GEE, garantindo a consistência entre os diferentes reportes e permitindo que os analistas e especialistas possam se dedicar para tarefas mais estratégicas. 

Monitoramento e melhoria contínua

Rever e avaliar regularmente o progresso do plano climático da organização. O Diretor de Sustentabilidade e o CFO podem avaliar em conjunto a eficácia dos projetos de mitigação, identificar áreas de melhoria e fazer os ajustes necessários. As mudanças climáticas passaram a ser uma preocupação significativa para os consumidores, funcionários e outras partes interessadas, de forma que as empresas que implementam projetos em consonância com as recomendações científicas e tecnológicas geralmente são recompensadas na forma de melhorias da sua reputação e no valor da marca. Por outro lado, as empresas que ignoram as mudanças climáticas ou estão associadas a práticas inadequadas nesse sentido, podem sofrer danos reputacionais e perder valor de mercado. Os diretores financeiros devem reconhecer a importância da sustentabilidade e da ação climática para proteger e aumentar continuamente o valor da marca da empresa, o que, no caso de companhias abertas, reflete no preço da ação. 

Em suma, os Diretores de Sustentabilidade proporcionam valor aos CFOs, alinhando as iniciativas de sustentabilidade com os objetivos estratégicos da empresa, gerindo os riscos ESG, identificando oportunidades de economia de custos e de eficiência, assegurando relatórios e divulgações rigorosos, interagindo com as partes interessadas e apoiando as decisões de alocação de capital. A sua experiência ajuda os CFOs a integrarem considerações de sustentabilidade no planeamento financeiro e na tomada de decisões, impulsionando o crescimento sustentável e melhorando o desempenho financeiro da empresa a longo prazo.   

Apoio da tecnologia

As ferramentas de tecnologia terão papel central para garantir a segurança e a confiabilidade necessárias para o reporte às demandas do IFRS. Nesse sentido, o MOVE provê a análise de risco climático necessário ao embasamento das respostas ao IFRS S2. Já o Climas é a ferramenta central para consolidar todos os dados quantitativos e qualitativos ESG e GHG, evidências, cenários, planos, objetivos e relatórios. A colaboração entre o Diretores de Sustentabilidade e CFOs é facilitada pelo Climas, permitindo que alinhem perspectivas, tomem decisões informadas e, em conjunto, conduzam a organização para os seus objetivos financeiros e de sustentabilidade. 

Em síntese, a WayCarbon é a empresa capaz de prover o conhecimento e as ferramentas para o atendimento integrado às demandas de ESG e mudanças climáticas.

Saiba mais sobre a ferramenta.

 

Carla Leal
Diretora de Digital at WayCarbon | + posts
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