Qual é a importância do padrão global de reporte ESG adotado pelo Brasil?
Uma grande dor das empresas é escolher a melhor forma de divulgar suas atividades, o progresso e a sinalização dos esforços para cumprir as metas também relacionadas à sustentabilidade. Já os stakeholders, principalmente investidores, encontram obstáculos para comparar os resultados dessas empresas frente aos diversos padrões publicados por cada uma delas, o que pode dar margem a críticas e questionamentos do mercado ou da sociedade. Por isso, a discussão sobre um padrão global de reporte ESG é frequente.
Para endereçar tais demandas, o ISSB (International Sustainability Standards Board) divulgou, em junho de 2023, a versão oficial dos padrões internacionais de divulgação de informações de sustentabilidade para o mercado financeiro, o IFRS S1 (General Requirements for Disclosure of Sustainability-related Financial Information) e o IFRS S2 (Climate-related Disclosures). A sigla IFRS vem do inglês International Financial Reporting Standards.
O IFRS S1 contém requisitos de reporte sobre os riscos e oportunidades relacionados à sustentabilidade no curto, médio e longo prazo. Enquanto isso, o IFRS S2 envolve requisitos específicos relacionadas ao clima e deve ser usada em conjunto com o S1.
Brasil é pioneiro na adoção do padrão global de reporte ESG
O Brasil é o primeiro país do mundo a adotar oficialmente o padrão. Na sexta-feira, 20 de outubro, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovou o reporte mandatório seguindo as normas da IFRS S1 e S2. A partir de 2025 (de forma voluntária), a elaboração e publicação dos relatórios relacionados à gestão de riscos ESG e Climáticas, com possíveis ajustes após a realização de consulta pública e análise de impacto regulatório.
Os relatórios deverão ser apresentados junto ao Formulário de Referência, sempre em maio. Mais para frente, a partir de 2027, a divulgação será mandatória, para todas as empresas listadas em classe 1 e 2 e deverá ocorrer três meses até o término do exercício social ou simultaneamente às Demonstrações Financeiras (o que ocorrer primeiro). Mais informações no link.
Por que o IFRS é um avanço na agenda de reportes climáticos e ESG?
A partir desses reportes, os stakeholders podem compreender quais são os riscos e oportunidades do negócio, oriundos de temáticas relacionadas à sustentabilidade que podem afetar seus fluxos de caixa. Para isso, as empresas devem considerar aspectos climáticos e socioambientais em sua estratégia, bem como métricas, metas e a governança para lidar com esses temas.
Abaixo estão listados cinco pontos que mostram porque o IFRS significa um avanço na agenda de sustentabilidade e clima:
- Lidera a adoção de um conjunto único e comparável de indicadores de sustentabilidade e clima, que podem ser incorporados globalmente pelos reguladores do sistema financeiro.
- Enfatiza exigências em termos de transparência quanto à governança estabelecida nas empresas e suas estratégias;
- Propõe um modelo de requisitos de sustentabilidade com indicadores passíveis de serem comparados entre empresas do mesmo setor e outras a nível global;
- Aprimora o conhecimento e experiência das empresas ao publicar relatórios anuais de sustentabilidade a partir de padrões como o SASB (Sustainability Accounting Standards Board, na sigla em inglês) e, simultaneamente, incorporar as recomendações da TCFD, que ampliam a abordagem à gestão e governança estratégicas dos riscos e oportunidades;
- Une e considera o impacto financeiro no desempenho da gestão de sustentabilidade, considerando a dupla materialidade, que mostra que os riscos e oportunidades podem ser relevantes tanto financeiramente quanto em termos de impacto ambiental e social para as organizações;
Acesse o relatório
Quer saber mais? Acesse o relatório: “IFRS S1 e S2: O que os novos padrões de reportes financeiros em sustentabilidade impactam na agenda das empresas?”, desenvolvido pelos especialistas da consultoria e de inteligência de mercado da WayCarbon.
Sua empresa precisa entender como se adequar a esse padrão? Entre em contato conosco.
