Entrevista: Órigo Energia e as emissões evitadas

O setor de energia representa um desafio global para países e empresas no que tange à transição para uma economia de baixo carbono. Segundo a WRI, o setor é o maior emissor de gases de efeito estufa no mundo, desde que começaram os registros, em 1990. Isso inclui a geração de eletricidade e calor, bem como usos finais em edifícios, transporte, fabricação e construção. Contudo, já existem sinas de mudanças nesse cenário, um report publicado em 2023 pela International Energy Agency (IEA) aponta que as energias renováveis poderão ultrapassar o carvão como a maior fonte de produção de eletricidade pela primeira vez, já em 2024. 

Atenta a esse contexto, a Órigo Energia desenvolve, desde 2010, soluções e projetos em energia renovável, contribuindo ativamente para a descarbonização da matriz elétrica brasileira. Signatária do Pacto Global da ONU, parceira do Instituto Ethos e certificada internacionalmente como Empresa B, por seu comprometimento com o impacto social e ambiental, atende cerca de 80 mil clientes nas regiões de Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Ceará, São Paulo e Distrito Federal. 

Como parte de sua atuação na agenda climática, a empresa buscava compreender e identificar a melhor metodologia de cálculo das emissões evitadas em suas fazendas solares em operação, no período de 2017 a 2022. A mensuração do impacto da redução de emissões busca fornecer um conhecimento preciso sobre a dimensão do desafio climático e os resultados e impactos das ações de enfrentamento, permitindo a criação e gerenciamento de estratégias de mitigação. Além disso, contribui para uma comunicação mais transparente e efetiva com os stakeholders, como clientes e investidores. 

Para isso, a Órigo buscou o apoio consultivo da WayCarbon. Carolina Sierra, Diretora de ESG & Marca da Órigo, conversou com o blog sobre como foi esse processo, o papel do setor de energia na agenda climática e os principais resultados do trabalho.

1.Quais eram os desafios da Órigo ao procurar a WayCarbon? 

Estávamos em busca de especialistas em gestão de carbono para nos apoiar com base em metodologias de cunho internacional. O objetivo era calcular nossas emissões evitadas de carbono a partir das nossas atividades de geração de energia renovável, considerando as particularidades do cenário brasileiro de energia e o modelo de negócio da Órigo Energia, que foi pioneira e hoje lidera o setor de Geração Distribuída no Brasil.

2.Quais foram os principais resultados do trabalho na visão da Órigo? 

O estudo desenvolvido pela WayCarbon resultou na indicação de metodologia internacional para contabilizar as emissões evitadas de Gases de Efeito Estufa, abordando os fatores de emissão e selecionando os respectivos pesos atribuídos, considerando as especificidades do cenário brasileiro de energia e do segmento do negócio da Órigo (Geração Distribuída).  

Além do apoio técnico especializado para a definição da metodologia aplicável à nossa realidade, a WayCarbon calculou as emissões evitadas de carbono da Órigo Energia, ano a ano, desde o início das operações das nossas Fazendas Solares, desenvolvendo ferramenta customizada para que o time interno da Órigo Energia possa dar continuidade na gestão deste indicador. A ferramenta permite realização do cálculo de emissões de carbono evitadas por Fazenda Solar por ano e, até mesmo, por mês de geração de energia. 

3.Como foi a experiência de trabalhar com a WayCarbon? 

A equipe da WayCarbon se envolveu nas discussões com nossos investidores internacionais que estavam interessados no tema. Além disso, apoiou as discussões internas com o time ESG da Órigo sobre padrões internacionais aplicáveis e abordagens estabelecidos pela UNFCCC e pelo GHG Protocol, apresentando resultados e direcionamentos com alto domínio do tema. 

4.Como avaliam o papel do setor de energia no combate às mudanças do clima? 

Entendemos que o setor elétrico tem um papel importante na contenção das mudanças climáticas, dado que estudos apontam uma tendência de crescimento da demanda energética em todo o mundo. 

Falando especificamente do cenário brasileiro, entendemos que apesar da nossa matriz energética apresentar um grande percentual de energia advinda de fontes renováveis, ela é predominantemente composta por fontes hidrelétricas, que em tempos de escassez hídrica levam à necessidade de acionamento de termoelétricas, grandes emissoras de carbono. 

Portanto, entendemos ser papel das empresas geradoras de energia no Brasil fomentarem a diversificação do Sistema Nacional Interligado (SIN) através da geração de energia por meio de fontes renováveis diversas. A Órigo Energia tem muito orgulho de contribuir para essa diversificação das fontes de geração de energia com mais de 80 Fazendas Solares, presentes em mais de 5 estados brasileiros. 

5.Quais são os próximos passos da Órigo na agenda de sustentabilidade? 

 O próprio core business da Órigo Energia contribui diretamente para agenda climática, somando às metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente do ODS 07 (Energia Limpa e Acessível), ODS 11 (Comunidades e Cidades Sustentáveis) e ODS 13 (Ações contra mudança do clima). Em 2023 iniciamos a estruturação do nosso Inventário de Gás de Efeito Estufa (GEE), que permitirá conhecermos melhor os escopos de nossas emissões de GEE e então trabalharemos nas oportunidades de mitigação e compensação das emissões que não puderem ser evitadas. 

 

* Para saber mais, acesse: www.origoenergia.com.br 

Maria Luiza Gonçalves
Jornalista e Analista de Comunicação at WayCarbon | + posts
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