Programas de Relato em Sustentabilidade: o início da gestão em sustentabilidade

relato em sustentabilidade

A comunicação é a melhor ferramenta para dar visibilidade ao que tem sido feito pelas  empresas e capturar o valor gerado para os diferentes stakeholders. No entanto, deve a comunicação ser um fim em si mesma? 

Diversas empresas – pequenas, médias e grandes – têm destinado recursos e esforços para responder aos programas de relato em sustentabilidade. E são várias as possibilidades: GRI, CDP, Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3 – ISE B3, Dow Jones Sustainability Index – DJSI, TCFD, dentre outros. Mas, o que todos esses programas têm em comum e de valor para as empresas que com eles se engajam?

Qual o valor gerado pelos programas de relato em sustentabilidade?

Primeiramente, e de forma natural, a visibilidade. Para capturar o valor gerado pelas empresas, é necessário que os stakeholders sejam impactados. E existem stakeholders cujo impacto depende de ter acesso à informação.

Para que shareholders considerem a gestão dos riscos socioambientais em suas avaliações e decisões de investimento, é essencial que eles tenham conhecimento dessa gestão. Da mesma forma, para que clientes considerem o impacto socioambiental do consumo em suas decisões de compra, é necessário que eles conheçam o impacto positivo da empresa e o valor que ela tem entregado a mais em relação aos  seus concorrentes. Para que colaboradores se engajem com o propósito da organização e com sua contribuição para a sociedade, é essencial que eles tenham conhecimento das diferentes frentes de atuação da empresa, para além daquela com as quais trabalham. E esses são apenas alguns exemplos.

Um segundo valor que o processo de relato entrega mais do que qualquer outro processo é o autoconhecimento. Para relatar, é preciso conhecer. Qualquer que seja o meio de relato escolhido para comunicar as práticas em sustentabilidade, tal comunicação é precedida de um profundo diagnóstico. Serão mapeadas as ações em andamento e planejadas, compromissos assumidos, metas, indicadores de desempenho e a forma de gestão dos diferentes temas pela empresa. Essa informação será contrastada com as boas práticas e informações solicitadas pelo(s) programa(s) de relato(s) escolhido(s). E é aí que está o ouro do processo!

Além de ter todas as boas práticas e forças mapeadas, comunicadas e disseminadas para os stakeholders, a empresa terá todas as suas oportunidades de melhoria mapeadas.

Tão valioso quanto o relato em si, é o caminho que se abre para a empresa trilhar e se destacar, indicado pelas lacunas frente às boas práticas de mercado. Priorizar as lacunas estratégicas para o negócio, que têm o potencial de gerar mais valor compartilhado, e mobilizar os recursos necessários para endereçá-los é o grande “pulo do gato” do processo de relato. É por meio dessa etapa que a empresa conseguirá tangibilizar o valor da sustentabilidade para o seu negócio, definir e acompanhar KPIs estratégicos e ganhar diferencial competitivo.

O processo de relato é, então, o início – e não o fim – da gestão da sustentabilidade. Cria-se um ciclo virtuoso de melhoria contínua, que se feito com planejamento, competência e comprometimento colocará a empresa no patamar dos melhores benchmarks e gerará valor para o negócio e seus stakeholders. Este é o caminho para a gestão estratégica da sustentabilidade.

+ posts

Mônica é Engenheira Ambiental e Psicóloga, formação multidisciplinar que a permite transitar pelas dimensões social, ambiental e econômica da sustentabilidade. Acredita no trabalho com propósito e na capacidade de mudarmos o mundo. Na WayCarbon, atua na integração da sustentabilidade na estratégia corporativa e na promoção da transparência das empresas por meio das ferramentas de reporte em sustentabilidade. Com seu trabalho, contribui para a construção de uma sociedade melhor e de baixo carbono.

Compartilhe esse conteúdo

Deixe uma resposta

Your email address will not be published.